sexta-feira, 10 de setembro de 2010

KEUKENHOF - O Paraíso dos Turbantes

Também conhecido como o Jardim da Europa, o Keukenhof é um grande parque, com jardins lindíssimos, a maioria de tulipas.
Eu já tinha ido até lá há 7 anos, mas estava fechado, uma decepção só: o parque só abre entre meados de Março e fecha em Maio. Era dia 16 de Maio, o último aberto, e eu já tinha comprado o ingresso pela internet 3 meses antes! Dessa vez, eu não queria perder por nada conhecer esse lugar!


Saímos cedinho de Amsterdam em direção a Lisse. Em 30 minutos lá estávamos. Tudo é muito pertinho num país tão pequeno, comparado ao nosso.
Em 2003 quando lá estive e rodamos o país inteiro, até nos perdemos porque quando eu olhava o mapa, a cidade já tinha passado... Agora não, novos tempos, GPS... YES!
Eu fiquei completamente hipnotizada e encantada pelas cores. Impossível não lembrar Van Gogh...



Tudo começou em 1949 quando o prefeito de Lisse teve a idéia de fazer uma exposição de flores para exibir os híbridos que os floricultores holandeses e europeus cultivavam.
E também para não deixar nenhuma dúvida pairada no ar do porquê a Holanda é o maior produtor de flores do mundo...
É incrível como tem tipo de tulipas que eu nunca tinha visto: lisas, enrugadas, gordas, fininhas, etc, e as cores então...


O mais incrível é que as tulipas não são originárias da Holanda: são nativas da Turquia!!
Só foram levadas para a Holanda ao redor de 1.560 por um botânico holandês.

A palavra tulipa vem do turco-otomano tulbend, que depois foi afrancesado para tulipe e que significa turbante: é a forma invertida da flor!
Ah, e tem uma outra corrente que diz que a tulipa vem da China, e que de lá foi para a Pérsia...


Ouvi dizer que os jardins são pré-desenhados por computador. Aí eles combinam previamente os tipos de tulipas e as cores, e depois plantam.
São plantados, anualmente, o incrível número de 7 milhões de bulbos!!!
É lindo, maravilhoso, eu iria novamente me embriagar com aquele perfume e ter realmente um colírio para os olhos!
Chinesas ou turcas, o fato é que elas são a paixão dos holandeses: a minha também!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

LAND'S END ou FINISTERRE


Land's End , que significa onde a terra acaba, é a parte mais ocidental da Inglaterra.

Na foto também está escrito em celta: fim da terra = finisterre...

Fica na pontinha embaixo do mapa da Grã Bretanha, onde vai ficando fininho, fininho, também em Cornwall.



É um belo passeio pelas encostas do sul da Inglaterra.
As florezinhas já anunciavam a primavera, parecia um tapete multicolor.
E o sol continuava a nos presentear, nunca imaginei tanto sol na Inglaterra!

Essa foi uma das vilas , em um dos Bed & Breakfast que ficamos. Chama-se Coombe Keynes. Só com GPS mesmo para se chegar num lugar desses porque nem no mapa tinha... Aliás, não tem nada melhor para a vida de motorista no exterior do que o GPS... A dona do B&B tinha dito: tem de chegar aqui até 6:30 pm. E lá estávamos nós, super britânicas às 6:28 batendo na porta da mulher...Bem típico: chega a dona da casa, abre a porta, dá as boas-vindas, mostra o quarto, diz que o café da manhã é das 8:00 às 8:30, não pode ser às 9:00 não...

Deixamos nossas malas no B&B e lá fomos nós ainda aproveitar a luz do dia e conhecer a famosa costa Jurássica inglesa.
Aqui é Durdle Door, um dos lugares mais fotografados dessa região, a ilustrada região de Dorset.
É um cartão posta da costa inglesa: o difícil e descer todo o penhasco até lá... haja fôlego!





E no final do dia, lá fomos aproveitar o último raio de sol na baía de Lulworth, muito lindinha, super arredondadinha, parece ter sido feita com a mão... Talvez tenha sido por Deus...










E como tudo estava acabando, o mapa da Inglaterra, a terra, o dia, o sol, o meu ânimo, o meu humor, só sobrou essa casinha para a gente dormir na última noite do fim do mundo...
Lembrei-me tanto do Fix...
Ele iria adorar... ainda mais sendo este o seu lugar e dos seus compatriotas...
Fix pequeno!

BATH - mais uma dos Romanos

Nesse mapa dá para ver toda a extensão do Império Romano! Incrível como esse povo conseguiu conquistar tanta gente e terras diferentes! Foram 500 anos de domínio em vários campos: política, artes, cultura, arquitetura, etc. Olhem lá na Grã Bretanha, estou na cidade de Bath, ou em português Banho, ou Aquae Sulis ou As Águas de Sulis... Sulis era uma deusa Celta que os romanos identificaram como Minerva. Tudo a ver com o sabão em pó!


Foi aqui em Bath que os romanos contruíram uma de suas várias termas. Termas eram lugares para banhos públicos, um lugar para fazer a higiene pessoal, para fazer ginástica, como um spa nos dias de hoje. Também era um lugar de encontros: mas as mulheres iam pela manhã e os homens à tarde. As termas tinham propriedades medicinais, sendo um centro de cura para diversas doenças.

A cidade é muito bonitinha e fica na região de Somerset, oeste da Inglaterra.
Foi construída às margens do rio Avon lá pelo ano de 840 antes de Cristo, pelos celtas.
Tem muita gente que fica com canoas pelo rio, uma paz só... coisas do interior, suponho.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção nessa cidade foi a arquitetura. Ela é toda assim, com casinhas todas iguaizinhas, parece um brinquedinho de criança. Esse é o estilo georgiano, arquitetura da época dos reis Georges, 1720 a 1840. Com a vinda da princesa Anne em 1692, a cidade deixou de ser um lugar de doentes e passou a ser moda: todos queriam vir e morar nessas casas, para a época off course, chiquérrimas.


E depois de ver tanta história, no final do dia, lá fomos nós mudar um pouco de ares.
Nada de cantina italiana ou cozinha georgiana: fomos mesmo é parar num restaurante nepanalês, para comer Yak, aquele boi peludo que vive lá nos Himalaias...
Ufa, ainda bem que sou vegetariana!






CORNWALL - Terras do Rei Artur

Sempre fiquei em dúvida: Inglaterra, Grã Bretanha e Reino Unido. Pois bem, vamos lá: Grã Bretanha é o nome da ilha. Reino Unido são todos os quatro países britânicos: ao norte a Escócia, País de Gales à oeste e Inglaterra ao sul! O outro país britânico que não está nessa ilha é a Irlanda do Norte, que fica na ilha da Irlanda. E aqui estou, em Cornwall, no sudoeste da Inglaterra, ou na Cornualha, como se diz em Português...


Essa terra é o berço do lendário Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda...
Lembro-me que quando criança nem távola eu sabia o que era... imagine redonda!?!
Viajava nas brumas dessas lendas tão distantes do meu mundo... E hoje, aqui estou, olhem lá no fundo o castelo do rei Artur! Pois bem, criaram essa famosa mesa redonda sem cabeceira, para que todos os cavaleiros fossem iguais. Ninguém queria pagar a conta!

Adivinhem quem esteve nesse lugar antes onde edificaram um forte? Sim, os próprios, os romanos! Depois que eles foram embora, os celtas construíram aqui uma outra fortificação.
Mito ou lenda, dizem que o marido ciumento aprisionou durante anos nesse castelo a jovem Igraine quando percebeu que o rei Uther Pendragon a queria para si. Com a ajuda do mago Merlin, que vivia por ali em uma das cavernas, conseguiu entrar no castelo e seduziu a moça. Naquela noite, nasceu o futuro rei: Artur!

Depois que nasceu, Artur foi escondido e criado por Ectório como um bastardo. Seu pai, o rei Uther, perseguido por inimigos e antes de morrer, fincou a sua espada numa pedra e disse que o próximo rei seria quem a tirasse de lá.
Muitos tentaram, durante anos, retirar a Excalibur da pedra.. Artur estava brincando por lá e perdeu a espada do seu irmão. Pegou então a espada mágica da pedra e todos se ajoelharam proclamando-o rei!


Chegamos num final de tarde em Tintagel. Um sol lindo, esses penhascos, grutas, tudo verdinho e muito campesino. O hotel castelo aí no fundo, chamado também de Camelot, o nome do castelo do Rei Artur, foi onde passamos a noite. Muito engraçado o lugar: tinha fotos de várias celebridades em tudo quando era lugar, tinha um jornal com reportagens de gente chegando de helicóptero, lembrou-me muito da revista Caras...


E no início da noite, ou melhor, ainda de dia, olhe pela janela ainda claro pois anoitecia lá pelas 21:00 horas, lá fomos nós experimentar a famosa cozinha do Camelot...
Realmente foi uma delícia, não me lembro direito o que comi, mas recordo-me de uma sopa quentinha de entrada que era feita de beterraba, uma especialidade do chefe polonês!
E fui eu quem pagou mesmo a conta: a minha távola era quadrada!!!

STONEHENGE & OLD SARUM

Sempre também foi um sonho conhecer esse lugar: perto de Salisbury, Stonehenge fica no sudoeste da Inglaterra. Dizem que foram construídos há mais de 5.000 anos esses círculos de pedra, megalitos com 5 metros de altura pesando 45 toneladas. Os escritos medievais se referem a Stonehenge como Pedras Suspensas e Dança dos Gigantes. Muito já se falou sobre seu significado, mas na verdade até hoje é um enigma...


Alguns dizem que foi o mago Merlin quem levantou essas pedras, outros dizem que era um centro de peregrinação de cura. Mas na verdade é um mistério, pois 2.000 antes da formulação do Teorema de Pitágoras esses construtores já conheciam os conceitos matemáticos do Pi. Só em 1960 é que, com várias análises científicas, descobriram que Stonehenge é um computador megalítico com o objetivo de prever o nascimento do Sol e da Lua no solstício e no equinócio. Para um observador colocado no meio do círculo, ele vira uma calculadora de pedra para a agricultura, demarcando o tempo para melhor plantar e colher.

Essa é uma das regiões da Inglaterra com vários sítios arqueológicos e mistérios. E, para mim, uma das mais enigmáticas são os chamados círculos ingleses, ou crop circles.
São aqueles círculos que surgem durante a noite, no meio do silêncio e da escuridão e aparecem nas plantações de trigo ou milho ao amanhecer.
São enormes, com desenhos super originais, alguns dizem que são mensagens cósmicas. O pessoal da ufologia adora esse lugar... e eu também!


Dizem também que os cereais que são afetados e que estão dentro dos desenhos, costumam crescer até 40% mais rápido do que os que estão nas bordas. Muita gente vai para lá e acampa durante a noite na expectativa de ver um desses círculos se formarem. Passam a noite em claro, não vêem nenhuma luz nem ouvem nenhum som, mas ao amanhecer, a poucos metros de ontem estão, lá está um novo círculo.... É como se tivessem sido feitos por uma energia invisível ao olho humano... Suuuuper encanante!!



Incrível, mas tudo isso acontece perto de Stonehenge...
Um outro local que visitei lá pertinho, e que também tem uma história de mais de 5.000 anos, é Old Sarum.
Fica numa colina em que se tem uma vista de 360 graus de toda a região.
Ficava no entroncamento de um caminho várias regiões e tem vários túmulos arqueológicos ao su redor.




Esse lugar já serviu para inúmeras coisas: um forte, uma catedral, um castelo, e até um local onde o rei Henrique II fez sua mulher prisioneira durante anos... coisas da antiguidade... Mas foram os romanos que aqui construíram uma fortaleza militar, e deram o nome a esse lugar: Sorviodunum . Foram eles quem construíram esse enorme fosso circunda toda a colina. Tornou-se um lugar desabitado a partir do século 19...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

WADI RUM - E finalmente, o deserto...

Lembro-me bem da primeira vez que ouvi falar de Wadi Rum: foi no deserto de Dubai...
Nem sabia onde ficava e só depois descobri que era na Jordânia. Tem vários tipos de deserto, se não me engano, uns 16 tipos... Não me peça para identificá-los... Eu só sei que o jovem oficial britânico durante a Primeira Guerra Mundial, T.E. Lawrence, depois famoso pelo filme Lawrence da Arábia, cansado de ficar fazendo mapas no exército, se mandou para o deserto e fez em Wadi Rum sua base lutando contra os turcos.



As cores me lembraram muito o deserto da Namíbia: essa areia ocre e as montanhas. Aqui tem algo a mais: o contraste de algumas árvores e arbustos.
Saí cedinho de Petra com um motorista/guia que contratei. Eu estava meio receiosa de ter contratado um taxi e ir sozinha até lá: 2 horas de carro! Sabe lá, já tive experiências chatas em países árabes, mas aventureira que é aventureira, vai! Fuuuui!
Claro, fui sem minha mãe porque essa parte da viagem é hard total... Ela ficou dormindo pois teria de gastar horas e horas arrumando as malas para que coubesse todas as comprinhas que fez. E eu me mandei para o deserto...

Lindo, uma paisagem deslumbrante, eu adoro conhecer lugares asssim...
Fui conhecer um cânion, que tinha várias pinturas rupestres. Ainda era cedinho, não estava tão quente e não tinha quase ninguém por lá. As enormes tendas dos beduínos, aquela lá atrás do jipe, também se sobressaem na paisagem, apesar de ser uma área protegida e um parque nacional da Jordânia. Impossível datar há quantos milhares de anos eles vivem por aqui...
São parte de toda história e também da paisagem...





Como ninguém é de areia, ou melhor, de ferro, aceitei o convite para tomar um chazinho e ouvir uma musiquinha na tenda dos beduínos...

É incrível como é fresco embaixo desse monte de pano...
Dá para encarar tranquilo o chazinho quente servido... e depois, tem de dar uma gorjetinha, claro!


Sem dúvida, aqui é mesmo um lugar para aventureiros e para quem gosta de deserto.
Muitas pessoas vêm para cá para escalar essas montanhas de granito e subir nas dunas enormes.

Não tem nenhuma infra por aqui, as pessoas que querem ficar dormem em tendas pequenas no meio do deserto.

Dizem que o céu a noite é algo incrível... Mas dessa vez, eu tinha de voltar para Petra.
Next time in another desert!



O que mais me agrada, além de toda essa paisagem, é o silêncio do deserto e a amplidão!

A natureza tem uma força incrível e que num lugar desses ela se manifesta de forma marcante.





E aqui em Wadi Rum eu me despeço da Jordânia, lindo, paisagens deslumbrantes, inesquecível....

PETRA 5 - A despedida

É gozado andar de camelo... Fiquei com a maior dor no ossinho do cóquis. Já tinha andado de camelo, uma voltinha de turista no Marrocos, no Egito e até vi em Genipabu, perto de Natal, mas me recusei a andar de camelo em Natal - Brasil... Too much... Mas camelar uns 3 km é uma outra coisa do que esses passeios de turista.. Dá um pouco de medo porque é muito mais alto do que os cavalos e o trote é meio duro, e um susto quando ele se levanta...





Senti-me como num sonho andando de camelo em Petra... Combinava super com o environment...

Páreo duro para Indiana Jones, aqui estou eu, com desfiladeiro e tudo, quase chegando para encontrar a minha mãe que ficou lá na "pracinha" do Templo do Tesouro.





Claro, cheguei em estilo triunfal, de camelo no Templo do Tesouro. Fui logo gritando, mãããe, mãããeeee, porque lá de cima do lombo do camelo eu não a via onde tinha deixado, nem perto da lojinha...
Mas lá estava ela, toda animadinha, animadíssima, eu diria, com esse elemento aí no meio.... Fez que fez, queria que eu tirasse foto dela com ele, mas me meti no meio...



Meus meniscos ressurgiram e eu não aguentava mais andar...

O jeito foi mudear de meio de transporte porque colocar a minha mãe junto comigo no camelo, ia ser meio difícil...
As carroças também são super populares por aqui...
E lá fomos nós...





Trotando pelos desfiladeiros, deixávamos para trás essa cidade, incrível, maravilhosa, deslumbrante, marcante, monumental, indescritível, a mais linda entre as sete maravilhas do mundo antigo e moderno!

Bye bye Petra.... valeu!

PETRA 4 - Dentro da cidade



É uma beleza as rochas que formam Petra.

Todo o interior dos templos e tumbas são assim de rochas coloridas, feitas de diferentes minerais...

É lindo!






Fico imaginando como era a beleza de tudo isso há mais de 2000 anos....











Eu fui até aqui, naquele ponto vermelho lá do começo. Dava para ir até o Monastério, mais uns 20 minutos para ir e 20 minutos para voltar de burrinho...
Como o sol estava a pino, uns 45 graus, eu acho, e eu já estava virando camarão nesse deserto, e além do mais, minha mãe estava lá me esperando no Templo do Tesouro, eu precisava voltar....



Não tive dúvidas: quando vi esses taxis-camelos estacionados, sabia que iria pagar o olho da cara no retorno.. Dito e feito: 40 dólares para voltar de taxi-camelo! Foram os 3 km mais caros que já percorri na vida! Mas, viver esse momento, aqui em Petra, andando de camelo com um beduíno, passando pelos desfiladeiros, contemplando tudo ali do alto, nem Mastercard poderia me deter: não tem preço!




E lá vou eu, viver esse momento inesquecível...



Petra, que linda!!!

PETRA 3 - O Templo do Tesouro


Esse é o famoso Templo do Tesouro.
A gente se sente no filme de Indiana Jones ou na novela que todo mundo fala e que eu não vi...
Petra tem 800 fachadas esculpidas na rocha, como essa...
É uma coisa monumental, muito, muito linda...
As dimensões são imensas, como inúmeros significados...






Eu iria continuar a caminhada, uns 3 km percorrendo os desfiladeiros...
Minha mãe logo encontrou um lugarzinho típico no qual ela adora ficar e fazer as suas comprinhas...
Quantas comprinhas daria para fazer enquanto eu percorresse toda a caminhada?
Tem muita coisa aí nessa tenda em frente do Templo...





Tudo é esculpido e também cavado nas pedras.

Parece que os flinstones também copiaram a arquitetura nabatéia...













Aqui são tumbas funerárias...

Dizem que 50% da cidade de Petra ainda está debaixo da terra...

Foram alguns terremotos que a demoliram.










Eu sei que a gente anda, anda, anda, num solzinho de uns 45 graus, e tem coisa, muito mais coisa, olhem lá em cima...